sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Filho no mundo

0 Ando com medo... Percebi isso hoje, ao lembrar de um filme...
Não por essa violência cotidiana que a mídia explora pra vender hora e outra. Isso não me impressiona tanto... (Sim, overdose de exposição a coisas ruins prejudica a sensibilidade mesmo...)

O que me dá calafrios é esse entrincheiramento nos discursos moralistas e religiosos por uma parte da sociedade.
São procuradores (auto-intitulados) do "Senhor", defensores da "Família", dos "bons costumes" e de uma "moral" oportunista que me preocupam.
É ver líderes religiosos, políticos, ou mesmo personalidades exercendo sua "liberdade de expressão" para alimentar intolerância e fornecendo justificativa para atitudes covardes como espancar pessoas gratuitamente...

Atitudes covardes como dizer, preventivamente: "prefiro ter um filho morto do que gay"
Não se imagina a quantidade de pessoas que se suicidam por não conseguir lidar com a questão, com a pressão e violência emocional constante...
Fora as que não vivem, por não verem outra saída senão esconderem-se do mundo e de si mesmas.

Chega uma hora em que a gente se sente tão sufocado com uma sensação de estar em um mundo inóspito...
Como não reagir a declarações de que você é errado, moralmente corrupto, anormal, pecador, nojento, etc?
Tentam incutir uma lavagem cerebral para, se não for por medo, que se censure por vergonha.

E como reagir?
Vejo críticas dizendo que há exagero em tudo que é manifestação por direitos, que não há por que reclamar...
Queria ver quem se disporia à experiência de passar um ano sem tocar com carinho, abraçar ou muito menos beijar alguém que ama em público... (pra citar um dos aspectos)

Lembro que já sofri agressão verbal e até com objetos por me permitir ser livre e encarar a vida com naturalidade.
Já até peitei autoridade querendo abusar do poder, usando o cargo pra tolher minha liberdade ¬¬

Mas, ando com medo de como as coisas serão...
Lembrei do filme "Milk"...

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