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quarta-feira, 6 de março de 2013

Foi sem querer querendo

Já foi tarde
Um país governado via propaganda pseudo-ideológico-ufanista; liderado de maneira personalista por um garoto com livre acesso a petrodólares que dão asas às suas paranoias beligerantes de perseguição "imperialista";

Que com o cofre do Estado financia esmolas populistas visando manter cruelmente o povo no cabresto eleitoral e na miséria da dependência viciosa;

Onde as vozes de oposição, imprensa ou política, são demonizadas e sufocadas ante a mesma massa já surda às vozes dissonantes:
Afinal, são as vozes contra "o povo", usurpadores - "eles" contra "nós", reza a cartilha pró acefalia política (o alvo tão maleável em referendos quanto internautas desavisados que curtem/compartilham nas redes sociais sem leitura aprofundada)...

Enquanto isso cavalga o aparelhamento das instituições, dos instrumentos da sociedade organizada, o esfacelamento de entes que critiquem ou denunciem a corrupção por trás do monopólio da "verdade" do governo - este com suas castas privilegiadas e cheias de dentes para roer a Educação, o Progresso, a Riqueza e o Desenvolvimento Humano.

Tudo sob a tutela de um constante legislar em causa própria, cimentando mais e mais poder: "Legítimo" com um Legislativo de fachada que ri da distorção do conceito de Democracia (aquela, com "D" maiúsculo).

Isso não é e nunca será exemplo de caminho a ser seguido rumo ao Bem-Estar Social (que tentam implantar nas coxas, sem ter estudado a escola correspondente, talvez por isso ou por desonestidade intelectual denominando "Socialismo"). Está mais para um tipo de câncer - que tem proliferado com as genéricas características dessa doença tão devastadora.

Embora ainda assim otimista, pelo menos por aqui no Brasil, espero nunca ter que desejar que déspota de semelhante quilate morra para que ventos da mudança possam soprar... (Até porque a mudança pode ser pior que a encomenda)

sábado, 14 de abril de 2012

Havaiana de pau

Procurando algo mais interessante que as tragédias cotidianas pra ler no jornal, acabei esbarrando os olhos numa matéria: Palmada não educa, conclui análise de 20 anos de pesquisas.

Saindo do mérito se é ou não correto uma "palmadinha", particularmente, causa-me ojeriza quando o Estado se intromete demais na vida dos indivíduos. No caso da tal Lei a Palmada, ainda em tramitação, creio que vai mais servir de instrumento para que os rebendos mais endiabrados tornem os pais reféns de suas travessuras e birras, assim como já ocorre com os professores, do que para efetivamente assegurar sua "dignidade".




Interessante o texto (leu o link?). Gostei de um argumento em particular, no tocante à criminalização dos castigos físicos contra os guris: "a ironia: um adulto bater em outro é crime, mas um adulto bater na sua criança não é". E, sim, a iniciativa é muitíssimo bem intencionada - a reza do Projeto de lei 7.672 / 2010 chega a ser bonita! Porém, não duvido de criança até mesmo dando bifas (?) nos grandões - lógico que com resultados diferentes.

Não que eu seja muito favorável a ficar descendo a mão nos pivetes. Agora, sou muitíssimo contra o Estado criminalizar genericamente esses atos - e virar aquela "putaria" (por "putaria" não me refiro à prisão ou perda da guarda, que não estão na proposta). Para os abusos já existe conselho tutelar, polícia...

Gostei de observações de um dos "entendedores anônimos" (nos comentários da matéria). Sergio Dutra escreveu:

"É claro que jamais se deve machucar uma criança, mas as vezes uma palmada pode (e deve) ser usada. A maioria das crianças testam a autoridade dos pais, desafiam suas ordens e se recusam a obedecer, muita vezes até se colocando em situações de risco. Nessas horas uma palmada é um grande instrumento pedagógico (...)"

domingo, 8 de abril de 2012

Feliz dia do chocolate



Li tanto por esses últimos dias pascoais acerca do quão caríssimo é design oval do mesmo viciante (e, dizem, antidepressivo) produto... Como se o negócio fosse apenas mudar o formato...

Isso me lembra as aulinhas de Marketing e os famosos 4Ps (Produto, Preço, Ponto/Praça [de venda], Promoção), aspectos que precisam ser trabalhados até lambuzar dedos e bocas de filhos, ou sobrinhos, ou namoradas(os) ansiosos pela guloseima.

Toda a alteração na estrutura de produção, ajustes das máquinas e formas, alterações nas jornadas de trabalho e inserção de tarefas dos funcionários - e isso de maneira a não prejudicar o fabrico do que normalmente consome-se no restante do ano. É uma pequena parte do que é feito com relação ao aspecto Produto, sem contar a embalagem, caixas coletivas de transporte etc.

E a briga pelas prateleiras (e pela cobiça estomacal, quase libidinal, dos consumidores) começa muito antes da Páscoa. Antes mesmo de embalado, as grandes redes de supermercados já calculam as exigências que farão pela disponibilização do espaço.

Fazer concessões custa (creio que quem já se divorciou poderia dar ótimos testemunhos a respeito). Eis o aspecto Ponto de venda, pra dar um exemplo.

Não basta só ter um lugar de destaque aos olhos do consumidor. É preciso que algo lhe cative - ou, ideal, que leve-o a já ir em busca do produto específico, sem que fique perdido entre a miríade de ofertas que sobrecarregam os sentidos nessa época.

Aí entra o trabalho "artístico" de criação da embalagem e todo o esforço de divulgação (Promoção), criação de folders que você vê às pencas, peças publicitárias etc. Tudo isso vai culminar no Preço.

É lógico que os fabricantes querem lucro, mas não culpo totalmente a Indústria por esses preços escandalosos (que eu não pago).

Fora isso, me lixo pras tradições, hipocrisias e símbolos importados, não menos absurdos que Papai Noel e árvores de natal salpicadas com "neve". Nem precisei dissertar sobre; duas linhas bastam! hahaha
Se bem que acho ainda mais grave nos obrigarmos a usar terno e gravata num país tropical... E gastar fortunas em climatização dos ambientes dos carros e escritórios pra aturar a vestimenta... tsc-tsc

Artigos Relacionados:
A Ditadura do Varejo (por Márdia Chiara e Vera Dantas, no jornal O Estado de S.Paulo, 18/01/2004)
Fornecedores revelam as pressões e as exigências dos grandes e até dos pequenos supermercados.

A Ditadura do Varejo (por Nelson Blecher, na Revista Exame, edição 768, de 2002)
As grandes redes de supermercados brigam por preços baixos e tornam cada vez mais dura a vida da indústria.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Dia do Administrador






Parabéns pra nós, essa classe pouco valorizada, desestruturada organizacionalmente com conselhos federal e regionais que não valem uma burca e cobram os olhos da cara sem fazer nada de relevante.

Parabéns pra nós, que ralamos e estudamos para cuidar bem das organizações, mas somos obrigados a nos submeter ao patriarcalismo e à falta de meritocracia que infesta tantos espaços importantes (em especial no setor público).

Parabéns pra nós... Pelo que mesmo?

terça-feira, 1 de março de 2011

Celular: o novo cigarro?

Eles tocam música, vídeos, tiram foto, rodam joguinhos, nos lembram das horas e afazeres que ditam o cotidiano e até fazem ligações telefônicas! De acordo com a Anatel, no Brasil há mais de 205 milhões de assinaturas de telefonia móvel (celulares e smartphones).

Não há dúvidas de que há mais praticidade, benefícios à comunicação. Não obstante, a quase onipresença do aparelhinho trouxe algumas mudanças de hábito, nem todas positivas – como falar alto no celular em lugares públicos, seja na fila de um banco enquanto estamos tensos e já impacientes esperando, seja no banheiro naquele necessário momento de “meditação”.

Em diversas outras circunstâncias, quer no ônibus, em palestras, durante aulas, consultas médicas, ou em restaurantes e afins: vê-se que o individualismo, a falta de consideração com o próximo e a ditadura do barulho prevalecem – inclusive em sessões da Assembléia, Câmara e Senado, onde deveria reinar o interesse comunitário e não outro.

Tempos atrás, surgiu dispositivo no mercado para os inconformados que queiram “contra-atacar” emitindo um forte sinal de rádio que derruba a ligação dos tagarelas empedernidos. É mais ou menos equivalente à pistola d’água que muitos já cogitaram usar contra fumantes – uma solução pouco ortodoxa.

Não fosse ilegal, a engenhoca poderia ser útil quando, após ajeitar-se naquela disputada poltrona do cinema, descobrimos um humano à frente manobrando aquela luzinha irritante a fazer téc-téc... Sempre me ocorre arremessar pipocas molhadas com refrigerante no ser – outra solução pouco ortodoxa.

Voltando à metáfora, cabe questionar se o celular seria como o novo cigarro; pois se atentarmos para o fato de ser tão presente, para o fato de causar dependência e para o fato do uso “eventualmente” não ser compartilhado por seu vizinho – o qual pode desagradar-se com o volume daquela música da banda Calypso que você adora – a resposta é sim.

Cigarro, celular, chiclete, qualquer coisa que permeie e interfira no contato social pede algum cuidado, que adotemos alguma etiqueta – leia-se bom senso – ao utilizar. De outro modo estaremos então relegando à paciência mais estas situações do nosso dia-a-dia.

No trânsito, onde nem sempre prevalece a paciência, já é proibido o uso do telefone ao volante. Porém, mantém-se o risco para os pedestres que se aventuram digitando mensagens ou conversando distraidamente no aparelho enquanto caminham na rua, alheios à segurança e às outras pessoas no caminho.

Não creio que o contato virtual e instantâneo seja tão mais importante e urgente que a nossa integridade física, que a boa conversa com aquela pessoa que está ali diante de nós prestando atenção, que o nosso profissionalismo com o cliente que ficaria minimamente desconfortável com a falta desta atenção e presteza no atendimento etc. Nem em “soluções pouco ortodoxas”, quando basta perceber e respeitar o próximo.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

A favor do desarmamento? Urim ou Tumim?

Na falta d'um Tabuleiro Ouija, no qual se invocaria um espírito capaz de conduzir-me a mão à decisão acertada, jogo no terreiro todas as (ou algumas) pedrinhas...

No Brasil, mata-se tanto quanto na mais sangrenta guerra e, sim, há uma guerra: contra a própria violência! E é latente, e real, a sensação de insegurança e impunidade!

Um fato é que armas de fogo em punhos civis (preparados ou não) não só não protegem eficazmente contra agressões de bandidos como podem, ainda, culminar em assassinato (comumente: não do bandido). Estou enganado ou é freqüente uma reação armada ao assalto ser mal sucedida?

Não bastasse: parte considerável das armas legais sai da posse do cidadão agredido e acaba munindo os dentes do crime, não é? Pois, cabe aqui uma reflexão: quem mune o crime é o velho “três-oitão” que sai do coldre do cidadão ou o fuzil que provém do mercado negro - muitas vezes auxiliado/composto por oficiais civis/militares - o qual vai ser estimulado com a proibição do comércio legal? Ambos, mas: reflexão sobre a participação medíocre de um e o peso esmagador do outro...

Somando-se: é triste que motivos banais alimentem índices de morte por armas de fogo. Com a entrega voluntária das armas, constatou-se interessante diminuição deste 2º tipo de violência - às vezes catalisada pelo consumo de álcool. Porém, destaque-se aí que, analisando isso dentro das residências, nada impede que o sujeito esfaqueie sua esposa ou pule do parapeito da janela para ir encontrar São Pedro. Ninguém vai conter o instinto com proibições totalitárias... (prudência especial no caso das curiosas e xeretas crianças!)

A etiqueta manda que não se solte pum em público, mas quem aqui nunca o fez escondidinho?... (Eu não: veja quem estiver com palma da mão amarela!)

Outro fato, é que o Estado prima pela ineficiência no cumprimento de seu papel constitucional de guardião da segurança pública. E, quanto aos que são pagos e instrumentados para defender... Xiii... Você confia na polícia em geral ou tem de gradear até a casinha do cachorro?

E por falar em cães (morro de medo!), acho louvável que os donos tenham de levar os bichos ali: na focinheira; e formidável a proibição do trânsito das raças mais "nocivas". Pois então, também morro de medo de armas e não teria em casa, mas desarmar totalmente a “população” é algo como, além do trânsito, proibir todos de terem estes cães em casa. E é isto que o referendo vai pedir: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? A POSSE de armas deve ser proibida?

O Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 23/12/03) já define o que penso: proibir o PORTE, isto é, que o fulano perambule com o “troço” pra lá e pra cá nas ruas. Exceto (salvem as exceções!) os “responsáveis” pela garantia da segurança pública, claro, (leia-se o Art. 144, Const. Fed.) e civis com porte concedido pela P.F.

Consigo imaginar algumas exceções sobre o porte, mas: quantas exceções teriam de abrir com o desarmamento total? Todas as "necessárias" soa bem conveniente...

O “sim” ao que está pedindo o plebiscito (conforme Art. 35 do estatuto), que é proibir a POSSE, rasga as entranhas da liberdade e tasca cândida em cima!

Olhando para fora, para países como Suíça, Canadá e EUA, onde é permitida a posse (com destaque p/ EUA, cujo uso de armas “residenciais” é bem maior que aqui), as estatísticas não se repetem, sendo, inclusive, menores do que as da Inglaterra, onde já é proibido, bem como na Austrália, país que também já realizou uma corrida dasarmamentista: gastou-se um dim-dim violento e o negócio não alcançou bem o efeito desejado.

Seria mais interessante gastar energia fazendo valer a lei para todos! (oh, sonho!) Mas, os únicos que vão acatar a proibição são os cidadãos de bem, óbvio, a quem não interessa sair atirando por aí. (soou um pouco demagógico, mas é isso mesmo)

Mesmo que “os caras” propusessem um teste, uma coisa temporária, eu ficaria com o pé atrás, pois, numa visão mais fantasiosa, nem por isso impossível: mesmo tendo em vista o assentamento da democracia e a solidez de nossas instituições etc etc etc... Estando no poder um governo que já tentou cercear a liberdade de imprensa, que colocou pano na boca dos servidores públicos, que tentou controlar a liberdade de expressão e produção cultural e vê em toda denúncia uma faísca de conspiração (entendo por: faísca de corrupção), vale afirmar: não há revolução sem armas! E, para quem for citar Gandhi e o que fez este grande (não resisti ao trocadilho) na Índia, aviso que não estou disposto a levar paulada de polícia pró-governo autoritário... Brigo, nem que for no cuspe!

Pense uma situação extrema, como a de Nova Orleans pós-furacão, em que é cada um por si. Não estamos muito longe não: vejam a guerra urbana vivenciada principalmente em favelas e que já alcançou bairros mais abastados - pois a violência não escolhe classe. Desta forma, como é que eu -santo pacifista- vou exigir do fulano que ele abdique de algo em que ele acredita poder usar para defender-se, a sua família, a soberania de seu lar? E a legítima defesa? Não seria legítimo morrer atirando já que o Estado: blá blá blá? Na falta de uma arma de fogo vai-se até de colher!

Não que o bandido vá temer o fato de o tal fulano estar armado em casa e, por isso, desistir do assalto. Muito menos bater na porta e avisar: “aê, corre pegá a bagaça, qui nóis vaintrá regaçanu, manu!”. É tudo no susto. Pessoas responsáveis, aptas, teriam a arma num lugar não tão acessível diante de tal surpresa, evitando assim uma reação desastrosa, portanto: não acessível a qualquer um, como as xeretas criancinhas.

Há muitas deficiências a sanar, muito que evoluir, antes de pensar um desarmamento total e justo. Indo da insegurança, atropelando a corrupção e peitando o mercado “alternativo”, dobrando a esquina na desigualdade com a educação, até chegar às armas que parte da população crê poder usar para defender-se contra esta violência escarra em que estamos mergulhados. Isto, se ninguém ficar deslumbrado e parar no meio do caminho...

A população já deu mostras de que entrega as armas voluntariamente. Mas os bonitos preferem outro caminho, que não a maturidade: imaginem os gastos com o preparo da campanha e com o financiamento dos lobistas... Dinheiro que não será usado para orientar a população e sim para persuadi-la emocionalmente, assim como em todas as campanhas políticas. Será que vai aparecer a Regina Duarte tremendo de medo de novo?!

Então é isso: tragam-me as pipocas, que o show da circense pseudo-democracia brasileira vai começar!!!

domingo, 11 de setembro de 2005

O Internetês nosso de cada dia

Certa vez, assisti a um documentário/debate na TVE, em que se expunha o uso de siglas, mutações e abreviações de palavras, enfim: o "internetês" adotado pela garotada na internet (não só a garotada). Achei interessante...

Fizeram observações diversas e, dentre as que recordo: que esta forma de comunicar-se estaria, de certo modo, fazendo uma regressão no tempo. Regressão porque, citando exemplo, o acento gráfico agudo (´) fora criado para substituir o uso do "H", que o "internetês" ressucitou: eh, ateh...
Uso que, talvez pela origem etimológica de nosso idioma ser latina, era freqüente; e que persiste atualmente em interjeições como "ah" e "oh" e, por razões diferentes, em palavras como "hoje" e "horta" (nem precisa dizer que os radicais hort e ort distinguem). Isso sem mencionar os demais acentos, sobretudo os que expressam nasalidade (~ e ^) e outras peculiaridades do "internetês".

Lembro ter lido em livros de nossa literatura palavras com grafia similar e, numa cidade vizinha à minha, há um prédio antigo cuja fachada ainda conserva a inscrição 'Machina de Arroz'. Não deveria soar estranho na época...

Ainda no tal programa, reconheceu-se que, embora nada ortodoxo, o "internetês" seja uma forma inteligente de ilustrar os vocábulos, atendo-se aos fonemas para representar os signos lingüísticos.
Não sei não... Mas analisemos:
Sem prender-se à etimologia, qual a diferença -interpretativa- de se escrever "q naum kero sorvete d xocolate aki ou akolah" ou "que não quero sorvete de chocolate aqui ou acolá"?

Pode até ser divertido (eu não o acho), como fácil. O que gera, numa perspectiva, um grande problema: crianças com dificuldade de leitura têm maior facilidade de assimilar esta linguagem, pois pode-se escrever exatamente como se ouve, acabando -negligentemente- por empregá-la no dia-a-dia. Além do que, é imprescindível saber a forma não contracta das expressões/palavras antes de sair abreviando tudo (pq, vc, hj, bjo...). Urge incentivar a leitura!

Vejo o uso abusivo ou inapropriado como condenável e confesso que tive problemas em administrá-lo... Mas, como a língua é um organismo vivo, em constante mutação, deixo uma questão (que é o ponto onde queria chegar):

Se isto perdurar e seguir mais além, será que algo poderá mudar em nossa forma de escrever?

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Do direito à vida e do direito sobre a vida

Até onde deve ir o poder da sociedade, do Estado, sobre o indivíduo?

Todos, em termos, temos o direito natural à vida. Mas, quando a vida torna-se definitivamente insuportável, torna-se também uma dolorosa obrigação. Na verdade, não é a vida que se prolonga, é o ato de morrer.

Deveria caber tão somente ao indivíduo a decisão sobre abreviar ou não o sofrimento, escolhendo uma morte que lhe parecesse mais digna. Covas fez isto à sua maneira, interrompendo seu tratamento contra o câncer.
Poderia ser mais fácil, mas sociedades e Estados puritanos estão longe de ceder. Estão longe de permitir ao médico prestar ajuda ao paciente no sentido de aliviar os sintomas, tornando o processo mais suportável.

Há países (Holanda e Bélgica, creio) que permitem a eutanásia em casos extremos e isso é bom, porque denota que os concidadãos têm, também, direito SOBRE suas vidas, sobre seus corpos.
Claro que esse direito deve ser algo regimentado, pois, caso contrário, qualquer um que não estivesse satisfeito com a "coisa" poderia abreviar-se do mundão, não é? O caso que defendo é o extremo, não o "banal".

Entretanto, a questão que vejo realmente fundamental é: quando o próprio indivíduo não pode decidir por si só (inconsciente). Com o vertiginoso avanço da ciência, medicina, farmacoquímica etc, isso tornou-se mais freqüente.
Mesmo os médicos sabem quando entregar "nas mãos de Deus", isto é: se morrer, morreu (o que não caracteriza eutanásia). Isso, no corre-corre de uma UTI...
Quando transportamos a decisão para a análise fria, em família, a coisa muda e envolve sentimentos e moralismos. Acho que a decisão, por si só, já é suficientemente cruel para quem carrega o peso de decidir... (sem mais)

Todos vamos morrer um dia. É tão legítimo o direito SOBRE a vida (decidir), quanto o direito à vida (viver). Já discuti isso em casa e, em todo caso, ainda pretendo deixar por escrito; talvez assim ninguém sinta-se tão culpado por permitir o óbvio...

PS: Recomendo os filmes Mar Adentro, sobre um tetraplégico que lutou na Justiça Espanhola por 3 décadas pelo seu direito de morrer, e Você não conhece o Jack, sobre o caso do médico Jack Kevorkian, o"Dr. Morte" nos EUA. Pra pensar...