Fobia genérica...

...de não sermos muito mais que resultado de reações eletro-químicas, hormônios, enfim...
de que quando morrermos, morre a percepção, que tenhamos tanta alma quanto um computador...

Cuspindo pra cima...

Uma paixão, um tiro, um capricho... Quero mais do que não tive; matar essa sensação de pertencer a um outro tempo. Algo que me faça arder o peito...

A maioria dos homens quer ser "diferente"... Às vezes, mendigo à natureza a graça de ser "igual"... E, óbvio, me percebo arrogante por me considerar "diferente"...

Chega um tempo em que as vontades são escassas ou nômades demais e o acaso, por esperado, torna-se medíocre... É a crise dos trinta se assomando, tão broxante como sonhar e, de repente, perceber que está (ou
estava) dormindo o tempo todo...

Tarde demais, pois o sonho já se foi...

Inobjetivamente...

Sentou-se, ensaiou algum gesto vago... Não.
Descansa as têmporas nas mãos - até que o pulsar das veias incomode...
Suspira fundo: mecanicamente... Os pulmões tateiam aerofóbicos o ar...

Nada. Tudo o que tem a oferecer ao retângulo, fatalmente branco, são fragmentos que amontoam-se vagos num mosaico de realidade borrada como o de que se cercam aqueles que perderam a capacidade de sentir fome.

Mas havia algo... Sim: "pléc", fez a pedrinha. Ele sorriu, satisfeito; havia fundo...

Levantou-se e foi comer uma banana