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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fazer o que se Gosta

Lembrei ontem de um artigo de Stephen Kanitz que li (e releio) há anos.
Pra guardar mesmo:

A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando "fazer o que se gosta", um conselho confuso e equivocado. 

Empresas pagam a profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, não aquilo que os funcionários gostariam de fazer, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia.

Seria um mundo perfeito se as coisas que queremos fazer coincidissem exatamente com o que a sociedade acha importante ser feito. Mas, aí, quem tiraria o lixo, algo necessário, mas que ninguém quer fazer?

Muitos jovens sonham trabalhar no terceiro setor porque é o que gostariam de fazer. Toda semana recebo jovens que querem trabalhar em minha consultoria num projeto social. "Quero ajudar os outros, não quero participar desse capitalismo selvagem." Nesses casos, peço que deixem comigo os sapatos e as meias e voltem para conversar em uma semana.

É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. A maioria das pessoas que ajudam os outros o faz de graça. 

As coisas que realmente gosto de fazer, como jogar tênis, velejar e organizar o Prêmio Bem Eficiente, eu faço de graça. O "ócio criativo", o sonho brasileiro de receber um salário para "fazer o que se gosta", somente é alcançado por alguns professores felizardos de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral.

O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade só querem "fazer o que gostam"? Pediatras e obstetras atendem às 2 da manhã. Médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos não porque gostam, mas porque isso tem de ser feito.

Empresas, hospitais, entidades beneficentes estão aí para fazer o que é preciso ser feito, aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais os altruístas que fazem aquilo que tem de ser feito do que os egoístas que só querem "fazer o que gostam".

Então teremos de trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e opressiva? Existe um final feliz. A saída para esse dilema é aprender a gostar do que você faz. E isso é mais fácil do que se pensa. Basta fazer seu trabalho com esmero, bem feito. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.

Aliás, isso não é um conselho simplesmente profissional, é um conselho de vida. Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena ser bem feito. Viva com esse objetivo. Você poderá não ficar rico, mas será feliz. Provavelmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àqueles que fazem o trabalho bem feito do que àqueles que fazem o mínimo necessário.

Se quiser procurar algo, descubra suas habilidades naturais, que permitirão que realize seu trabalho com distinção e o colocarão à frente dos demais. Muitos profissionais odeiam o que fazem porque não se prepararam adequadamente, não estudaram o suficiente, não sabem fazer aquilo que gostam, e aí odeiam o que fazem mal feito.

Sempre fui um perfeccionista. Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas. Sou até criticado por isso, porque demoro demais, vivo brigando com quem é incompetente, reescrevo estes artigos umas quarenta vezes para o desespero de meus editores, sou superexigente comigo e com os outros.

Hoje, percebo que foi esse perfeccionismo que me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar das coisas chatas que tenho de fazer.

Se você não gosta de seu trabalho, tente fazê-lo bem feito. Seja o melhor em sua área, destaque-se pela precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado, e outras portas se abrirão. Começará a ser até criativo, inventando coisa nova, e isso é um raro prazer.

Faça seu trabalho mal feito e você odiará o que faz, odiando a sua empresa, seu patrão, seus colegas, seu país e a si mesmo.

Publicado pela Editora Abril, na Revista Veja, edição 1881, ano 37, nº 47, 24 de novembro de 2004, página 22

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Sucesso Consiste Em Não Fazer Inimigo



Nas relações humanas, no trabalho, existem apenas 3 regras básicas

Regra número 1:

Colegas passam, mas inimigos são para sempre.
A chance de uma pessoa se lembrar de um favor que você fez a ela vai diminuindo à taxa de 20% ao ano.
Cinco anos depois, o favor será esquecido.
Não adianta mais cobrar.
Mas a chance de alguém se lembrar de uma desfeita se mantém estável, não importa quanto tempo passe.
Exemplo: se você estendeu a mão para cumprimentar alguém em 1997 e a pessoa ignorou sua mão estendida, você ainda se lembra disso em 2007.

Regra número 2:

A importância de um favor diminui com o tempo, enquanto a importância de uma desfeita aumenta.
Favor é como um investimento de curto prazo.
Desfeita é como um empréstimo de longo prazo.
Um dia, ele será cobrado, e com juros.

Regra número 3:

Um colega não é um amigo.
Colega é aquela pessoa que, durante algum tempo, parece um amigo.
Muitas vezes, até parece o melhor amigo.
Mas isso só dura até um dos dois mudar de emprego.
Amigo é aquela pessoa que liga ou envia um E-Mail para perguntar se você está precisando de alguma coisa.
Ex-colega que parecia amigo é aquela pessoa que você liga para pedir alguma coisa, e ela manda dizer que, no momento, não pode atender.
Durante sua carreira, uma pessoa normal terá a impressão de que fez um milhão de amigos e apenas meia dúzia de inimigos.
Estatisticamente, isso parece ótimo.
Mas, não é. A “Lei da Perversidade Profissional” diz que, no futuro, quando você precisar de ajuda, é provável que quem mais lhe poderá ajudar será exatamente um daqueles poucos inimigos.
Portanto, profissionalmente falando, e pensando em longo prazo, o sucesso consiste, principalmente, em evitar fazer inimigos. Porque, por uma infeliz coincidência biológica, os poucos inimigos são exatamente aqueles que têm boa memória!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pensamento recorrente...

MetasÉ...
-> Ser "bem sucedido" (leia-se: ter um trabalho pomposo)
-> Ter carrão, casa, usar roupas bacanas, tudo bacana
-> Estar num ótimo grupo social e frequentar lugares "chiques"
-> Ir pra Disney (Oo)

(...)

Quer saber? Não quero!
Não são meus valores! [dedo em riste]
Quero sossego e simplicidade.... 

(...)

Ok... Sossego e simplicidade também custam caro...

(to be continued...)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mais ou menos

A gente pode
morar numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos
e até ter um governo mais ou menos

A gente pode
dormir numa cama mais ou menos,
comer feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos,
e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode
olhar em volta e sentir que tudo está
mais ou menos.

Tudo bem.

O que a gente não pode
mesmo, nunca, de jeito nenhum,
é amar mais ou menos,
é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
e acreditar mais ou menos.

Se não a gente corre o risco de se tornar
Uma pessoa mais ou menos.
Por Chico Xavier
Foto de Erik Reis

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Filho no mundo

0 Ando com medo... Percebi isso hoje, ao lembrar de um filme...
Não por essa violência cotidiana que a mídia explora pra vender hora e outra. Isso não me impressiona tanto... (Sim, overdose de exposição a coisas ruins prejudica a sensibilidade mesmo...)

O que me dá calafrios é esse entrincheiramento nos discursos moralistas e religiosos por uma parte da sociedade.
São procuradores (auto-intitulados) do "Senhor", defensores da "Família", dos "bons costumes" e de uma "moral" oportunista que me preocupam.
É ver líderes religiosos, políticos, ou mesmo personalidades exercendo sua "liberdade de expressão" para alimentar intolerância e fornecendo justificativa para atitudes covardes como espancar pessoas gratuitamente...

Atitudes covardes como dizer, preventivamente: "prefiro ter um filho morto do que gay"
Não se imagina a quantidade de pessoas que se suicidam por não conseguir lidar com a questão, com a pressão e violência emocional constante...
Fora as que não vivem, por não verem outra saída senão esconderem-se do mundo e de si mesmas.

Chega uma hora em que a gente se sente tão sufocado com uma sensação de estar em um mundo inóspito...
Como não reagir a declarações de que você é errado, moralmente corrupto, anormal, pecador, nojento, etc?
Tentam incutir uma lavagem cerebral para, se não for por medo, que se censure por vergonha.

E como reagir?
Vejo críticas dizendo que há exagero em tudo que é manifestação por direitos, que não há por que reclamar...
Queria ver quem se disporia à experiência de passar um ano sem tocar com carinho, abraçar ou muito menos beijar alguém que ama em público... (pra citar um dos aspectos)

Lembro que já sofri agressão verbal e até com objetos por me permitir ser livre e encarar a vida com naturalidade.
Já até peitei autoridade querendo abusar do poder, usando o cargo pra tolher minha liberdade ¬¬

Mas, ando com medo de como as coisas serão...
Lembrei do filme "Milk"...