segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Domingo de cinzas

Súbito volto daquela viagem extracorpórea que todos fazemos ao abrir a geladeira ou ao cutucar grãos de arroz no prato, um a um.

A amnésia cobria alva o que quer que estivesse ocupando os pensamentos e Bono já desafinava o refrão de Sunday Blood Sunday no mp3-player...

Que cena ridícula! ali, sangrando, de cuecas, com a navalha na mão...



Maldita espinha! (O despeito é comprimido nos lábios ao canto da boca enquanto colo um picote de papel higiênico. )

Afasto-me do espelho e examino com toda hipocondria os ossos espetando a pele já cedendo ao calor...
22:10 no relógio... Dou conta da mania que peguei de olhar as horas. Mais essa!

Que será que os outros caras fazem pra matar, digo distrair, o tempo numa noite de domingo (descontando o que não se pode/quer agora)?
TV não! Exercícios físicos? Raspam a cara pra ter que fazer de novo pela manhã? Dançam? Escrevem bobagens? Masturbam-se? Não, melhor TV... (!!!) Se bem que o Carnaval está a assombar...

No mp3 continuam as músicas tristes. Aquele pensamento submergiu da geladeira, mas é melhor ir deitar (a algumas idéias é bom não dar muita trela).

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