quinta-feira, 28 de abril de 2011

Paradigma-amar (?)

Não ia manter o título, mas gostei da cacofonia.
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O amor a gente acostuma, e descobre mais forte quando perde.

É que se a gente procura o amor, é porque falta, se falta é porque a gente não tem (bastante óbvio), e se não tem é porque não conhece o caminho pra encontrar à não ser o próprio caminho que a gente conhece que nos mantém na falta.

Encontrar o que nos falta é o mesmo que dizer algo que não imaginamos. Como podemos dizer o que não sabemos? Isso é até uma resposta de guerra quando nos julgam errado e respondemos que o fulano nos está julgando com sua cara, mesmo porque não haveria outra pra julgar. Um cara só pode julgar um crime com suas próprias possibilidades criminosas.

Então é isso, se procuramos o que não sabemos, percorremos para isso o caminho do que sabemos e que só nos tem garantido justamente a falta.
O amor está num acidente de trânsito, numa briga, em tudo que não imaginávamos, que não concordamos e por isso nos escapa. O amor é o outro lado.

O amor não é bom, é só um momento de plenitude que depois que acostuma vira amizade.

Mas seja como for, amor é o que nos desperta ternura, raiva, pena, tristeza, ódio, vontade, prazer... O amor é tudo, toda a paz e toda a guerra.

Matar a sede, matar a fome, matar o nos tortura na escuridão desse eterno corredor da morte que não se conhece. Acabar com a dor, com o medo da dor, com a necessidade de se manter em pé. O amor perfeito é a anulação da vida que a gente no fundo não quer, mas que tem medo de perder.

O encontro é sempre de mau jeito, no meio de algum caminho quando a gente menos espera.

Acontece aos poucos e quando vê tá enroscado. Depois disso muitos fatores alimentam, existe a maior tendência de se cobiçar o que é cobiçado, mas se a gente descobre a fórmula de criar, daí parece fácil mas num instante perde, porque a criatura se descobre e loguinho quer mais.

É melhor deixar acontecer, porque pode crer, é uma questão de tempo e acontece. E depois aquele monte de briga também acontece, porque as coisas nunca saem do jeito que a gente quer.

Por Aston Brown, originalmente aqui

Um comentário:

  1. Aston Brown?? Já vi esse nome em algum lugar... Ah, o cara mais desocupado do orkut rsrs.

    Lindo texto! Lembrei de Roberto Freire, que diz: "No amor jamais nos deixamos completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários."

    Não tão radical quanto ele, mas gosto disso. Essa coisa de "metade da laranja" há muito deixou de me convencer. Quer saber?! Há um mínimo de autosuficiência que, sem arrogância, é preciso.

    Não quero depender de ninguém para ser feliz. Não quero que dependam de mim para ser feliz. É esse o amor mais completo, suponho. Mas se eu tiver errada, não ligo. Deixei de querer estar certa sempre. :)

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