domingo, 4 de março de 2012

A Dama de Ferro

Pergunte-me o que estou pensando

Confesso, gostei do filme A Dama de Ferro (The Iron Lady).
Não queria assistir, devido à sinopse e trailer passarem idéia de um enredo pobre. E também não estava com pique pra assistir a mais um filme histórico (me dou o direito de não me pautar restritivamente pelo "cult" e o "interessante" ;-).

Surpresa! A abordagem sensível do ponto de vista de uma Tatcher já longe do poder e sem o vigor, roubado pela velhice, uma sombra desolada do que foi. Desolada pela prisão que tornaram-se suas memórias e até delírios. O Alzheimer evidente.

Desolada pelo que observa de medíocre das pessoas no mundo contemporâneo. A busca pelo "ser" ao invés do "realizar", "produzir", "acrescentar". A covardia política que restringe o avanço social diante de preocupações com popularidade e o próximo pleito. (Alguma semelhança?)

A cena final, que por motivos óbvios não conto, fecha com chave de ouro (e remete à reflexão romântica, que o filme não fez diretamente, sobre o valer ou não a pena dedicar-se a uma vida assim em detrimento dos laços afetivos...)

O filme é em si sensível, mas não "sensibiliza" a personagem histórica, que mantém-se objetiva, prática e algo idealista...

Meryl Streep estava ótima, pra variar.

Do filme, ficou ainda a citação feita:
Pensamentos viram ações
Ações viram hábitos
Hábitos viram o caráter
E o caráter vira o seu destino...

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